Ditadura nunca mais

propinas e suborno para autoridades brasileiras, para pegarem uma fatia da construção da usina de Itaipu. Rolou tanta grana na construção que muita gente defendia que o Brasil não pagasse a dívida contraída para ela, dizendo que os que emprestaram sabiam que o dinheiro era desviado.

 14. Uma coisa que considero escandalosa era a sujeição ao FMI – Fundo Monetário Internacional. Metodicamente vinha aqui uma mulher desse vampiro internacional dar ordens. Chamava-se Ana Maria Jul. Mandava demitir gente, cortar dinheiro de áreas sociais, mandava e desmandava. Era uma coisa tão horrorosa que escandalizava gente de quase tudo quanto era tendência política. Tanto que até Tancredo Neves, quando se candidatou a presidente, falou sobre o FMI: “Não vou pagar a dívida com a fome do povo brasileiro”.

 Enfim, é muita coisa para ficar lembrando, puxando pela memória, tentando pesquisar. Quem quiser que continue a pesquisa. Sugiro alguns assuntos:
  1. Empréstimo de 30 bilhões de cruzeiros ao Grupo Coroa, para compra uma empresa falida.
  2. A construção da primeira usina atômica de Angra dos Reis. Quanto custou?
  3. A construção de dezenas de estádios de futebol, todos com apelidos terminados em “ão”: Castelão (em Fortaleza), Vivaldão (em Manaus) e muitos outros. Quanto custaram aos cofres públicos?
  4. A construção dos aeroportos do Galeão e de Cumbica.
  5. As dívidas dos usineiros do Nordeste, que nunca foram pagas (continuam não sendo, ao que parece).
  6. O dinheiro – muito dinheiro! – para socorrer vítimas das secas, no Nordeste, ia sempre parar nas mãos de “coronéis”, enquanto o povo morria à míngua. Aliás, nessa história lembro dos poços artesianos construídos depois da ditadura, para abastecer cidades do Nordeste. Em Serra Talhada, Pernambuco, devia ter um deles. Mas quando foram ver, o tal poço tinha sido feito na fazenda do deputado Inocêncio de Oliveira, virou propriedade dele.
Fonte: http://revistaforum.com.br/digital/138/quando-nao-havia-corrupcao-brasil/




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